"O Eremita:
Embora me desse a certeza de que eu estava no caminho certo, ao mesmo tempo me impunha uma tristeza imensa. Eu ficaria cada dia mais só, se tudo corresse como devia: se não tivesse encontrado Felício, estaria perdido, desesperado, e sem ter com quem abrir o coração. Por mais que um homem esteja no caminho de conhecer-se a si mesmo, como preconizavam os gregos, é preciso que este auto-conhecimento seja dividido com alguém também disposta a abrir-se, para que, na troca mútua, ambos se enriqueçam. Não existe quem possa ajudar-se sozinho, e a figura d'O Eremita, com suas vestes longas e sua lanterna tentando inutilmente iluminar o crepúsculo de suas certezas, era por demais parecida comigo. Eu precisava partilhar de mim com quem me pudesse entender, e, por vezes o esforço de fingir era demasiado: eu me sentia empobrecido e degradado por ele, mesmo com a certeza de estar fazendo o que devia fazer."
fala de Esquin de Floryac
personagem do livro Trilogia do Templo - volume 3 - Esquin de Floryac - o fim do templo de Zé Rodrix. pag. 230
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário