quarta-feira, setembro 19, 2007

eu e o mar

Saí pra encontrar o mar no final da tarde.

Aqui mesmo, perto de casa.

Não bastava mais vê-lo da janela.

Descalça eu cheguei mais perto, senti mesmo a areia embaixo dos pés, num afago que a tempos não quis.

Eu posso sempre vir até aqui, mas não venho...

E a água veio de mansinho e disse olá!

Tudo meio tímido, como acontece quando se quer muito e não se sabe como.

E eu fiquei naquela vontade doida de me jogar n´agua sem pensar em nada mais.

Pesar.

A vida estava às minha costas, gente caminhando, carros passando, turistas nas barracas tão pertinho que eu nem tinha mais como não saber o que falavam.

Todos falam um só idioma frente ao mar.

E eu não fiz a minha vontade. Fiquei naquele namoro de: mais tarde, quando eu tiver mais tempo, quando tudo for perfeito. Quando eu não tiver à vida me batendo às costas.

E eu lembrei de mim, me encontrei diante da vida naquele mesmo contato.

Deixa pra mais tarde porque agora não dá tempo de viver.

Tenho trabalho, contas à pagar, projetos, tudo caminha muito bem.

Quando for o momento eu mergulho, no mar e na vida.

E eu voltei. Meio desgostosa mas muito feliz porque cheguei até ali.

Não foi o suficiente mas eu cheguei até ali.

Não me deixei tomar inteira mas eu cheguei até aqui.

Não me deixa mais esse conforto. O mar está bem aqui. Ao alcance do olho, da mão, iluminado com o final da tarde.

Todo mundo tem vontade de ficar somente ali.

Eu tenho muita vontade de viver a vida como quem se deixa amar pelo mar.

Por mais perigoso que pareça, ainda é o mar, ainda é violento e calmo. Sensível e enganador. Mas é o mar e eu o quero muito.

E vou voltar mais vezes, vou me dar tempo de amar.

Vou mergulhar e sentir aquela água quentinha tomando conta de mim, me cuidando, o sal lambendo o que não deve estar ali. O sal despoluindo. O sal tirando os maus espíritos. A agua me embalando do jeito que ela quer e não do jeito que eu quero.

O mar é completamente perfeito e quero vive-lo como vivo a minha vida.

E quero que seja agora.

E não me basta mais esperar o momento perfeito.

A perfeição!

Eu já a trago em mim.

Só me basta aproveitar.

Amém.

Um comentário:

Anônimo disse...

E por que não aproveita, menina???
:)
Beijos mil!