sexta-feira, março 28, 2008

escritor da minha alma

incrível como certos autores conseguem me fazer calar.

e lendo o que ele escreve, acompanhando sua arte, sua alma, eu leio em mim o caminho que suas palavras constroem.

e me vejo na periferia do amor, no campo da paixão, lá onde está a plaquinha: aqui começa a cidade.

Vim como retirante.

Minha alma é ela toda impregnada do que está no centro desta cidade.

Eu conheço, eu sei, eu lembro, mas ainda não caminho o suficiente.

por pura incompetência? acredito que não. talvez por descrença? cegueira? talvez...

desisti de qualquer tipo de culpa.

meu caminho é esse. chegar ao centro, ter a visão que o autor tem, ser a visão que ele quer, poder comungar com ela, sabendo que jamais terei o amor que ele tem. mas tenho a compartilha.

eu me exilei?

fui exilada?

fui poupada do grande massacre acontecido em tempos que não me cabem na memória humana?

não sei, não é o que quero saber.

respiro a esperança.

creio no perdão dos pecados e na comunhão dos santos, todos eles sem consciência nenhuma de deixar legados à posteridade.

eu sigo lendo este escultor de almas nas santas palavras do dia a dia.

e o que vejo como distãncia, são apenas palavras escritas pra confundir.

sei que meu brilho inebria e sei que o desejo um dia explode a ponte e me resgata.

vivo projetando este dia de sol e chuva, inesperado, nunca escrito, mas já totalmente intuído.

trilho o caminho que este autor escreve aos poucos.

caminhar é caminhar, tão bom quanto respirar.

me encanto mais pelo caminho. Mas chegar é muito necessário.

não sei se o que escrevo agora é pura ilusão.

não sei se já habito pra sempre o coração do autor.

mas sei de sonhos, de pequenas carícias que o vento no fim da tarde me reserva.

sei que mãos anseiam por encontrar as minhas.

sei tudo isso...

sem condições ou conjução alternativa.

sei lá... as linhas do autor tem sempre duas vias. e me cabe escolher. labririnto, caminho livre.

me jogo nas palavras. só tenho as palavras. e esqueci que por tempo demais não interpretei o que elas estavam dizendo tão claramente.

hoje as palavras do mestre-autor-escritor chegam por código. decifra-me ou devoto-te.

espero ser carne macia. espero o movimento. espero como quem costura.

espero a próxima página.

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