enquanto eu fui ficou nublado.
exato quando eu precisava descansar a retina.
não enxergo direito então a confiança aumenta. preciso acreditar em certos sinais, certas visões que me chegam como por encanto.
o dia amanheceu como um credor de olhos vermelhos. até o jornal diz que faço parte das estatísticas.
devo não nego, porém pago quando puder.
cobranças vindas de tudo quanto é lugar. menos dentro de mim.
vou pagar!
tempo demais pra enxergar isso. e escutar os sinais, já que a cegueira me impede de ver que eu vejo bem, sim.
hoje agradeci pela vida de meu pai. e a agradeci por ter me tirado ele.
ele de fato não está aqui onde eu poderia pegar.
eu de fato tenho de confiar e a coisa toda é minha. sempre foi e sempre será.
nem coitadinha, nem vencida pelo cansaço, sem solidão, sem entre-pastos.
caminhar dói sim. dá uma vontade danada de voltar às mesmas conquistas, às mesmas encostas, aos mesmos braços, aos mesmos sonhos.
caminhar é superlativo enquanto não me acostumo a jamais me acostumar.
o corpo reage, a alma reage, sentido opostos me quebram ao meio.
mas daqui eu saio nova. fica corpo passado pra todo lado. e como não enxergo direito, logo esqueço a paisagem que deixei para trás.
porque vai ficando pra trás e não tenho a saudade como companhia...
só tenho os sonhos onde não conheço ninguém, ninguém é meu porto, não tem chegada, é passagem!
esse é meu retrato de hoje.
essa sou eu andando. dá pra enxergar?
não?
pois confie!
enquanto eu fui, ficou nublado. mas logo retorno o sol, a chuva, a noite, outro dia.
enquanto eu fui, eu mesma me encontro.
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