terça-feira, dezembro 09, 2008
e agora
ou será que a nuvem passou e eu enxerguei o sol?
sempre pensei que tudo fosse inatingível. pensava assim pra ter garra, disposição, empenho, energia, paixão pra conseguir chegar lá. Um lá meio horizonte, nunca se alcança mas sempre se chega mais perto e o caminhar já é o ganho.
Sempre acreditei que estar incompleta era necessário para se tentar a completude. lá vem o horizonte novamente.
Hoje, quando o mundo está de cabeça pra baixo eu encontro um título de filme que diz assim: Quando o mundo está de cabeça pra baixo se sinta sempre no topo.
E é justo por isso que escrevo.
O fundo do poço virou o topo do mundo e dá pra enxergar muito assim. Pelo menos até a próxima virada.
Dá pra deixar o exagero que me nasceu sagitariana pra caminhar estando parada com a exata dimensão de que tudo é aqui mesmo, agora, do jeitinho que está.
Eu não sei o que eu negava com tanta força. Não acho mais necessário saber. Sinto uma liberdade que me paralisa.
Tanto que tenho vontade de ficar calada.
Tem uns 3 dias que a ficha caiu, o cartão passou, a eureca acendeu a luz mais forte em cima da cabeça e eu nem sai gritando: Descobri tudo! a partir de hoje não me falta mais nada! Pela primeira vez na vida eu sei que...
Todo o discurso que usei pela vida afora, tão gostoso meu discurso, minhas palavras de descoberta pela primeira vez, não fazem mais o sentido que faziam.
Eu sinto falta desta criança feliz, orgulhosa, talentosa e muito primeiro lugar em tudo que eu sempre fui, talvez por milênios. Mas é uma falta boa, hoje me sinto meio mãe que conseguiu pôr uma criança hiper ativa pra dormir, sem nenhum esforço. apenas porque entendeu a dinâmica do comecinho de tudo. A paciência consigo mesma.
Me lembrei! Quando a Clarissa era bebê e ficava agitada que ninguém dava jeito, eu precisava acalmar o mais profundo da minha alma, sem porques nem talvez e ela se acalmava em seguida.
Hoje minha alma é mãe de família. A família dessa minha alma que tanto viveu, sofreu e foi feliz e é feliz.
A historinha do Rei Leão, o musical que acabei de deixar pelo caminho aconteceu dentro de mim mesma.
E eu já não preciso chorar uma dor ancestral que estava aqui dentro de mim por puro abandono. Eu assumo o meu lugar no ciclo da vida. Sem necessidades tão efêmeras assim e com tudo fazendo um sentido muito calmo.
Sou mestra de mim mesma e apenas isso e isso já é muito trabalho pra mim.
Enquanto meu mundo se cala e dorme o sono justo de uma criança cansada de espernear, eu me faço adulta. Mulher, sábia e compromissada comigo mesma. Só posso e dou suporte à mim. Me sou necessária e ninguém mais me aplaude ou ilumina.
A ninguém quero ou devo passar o bastão de minha luz interior, aquela que me dá brilho aos olhos.
E pela primeira vez em minha própria vida, eu sou bonita pros meus próprios olhos, sem o olhar externo de seu ninguém.
Estou de pazes feitas com a eternidade que eu tanto vislumbrei, exultei, namorei e não quis tão próxima.
O passado não me quer mal e não o quero mais tão perto como um fantasma estarrecido, querendo meu perdão.
O perdão banha tudo com água bem quente e a vida não se faz morna. A vida é fria, gelada, com brisa suave, com calor infernal, a vida é assim esta, do jeito que está. Cada dia mais normal que o outro e eu encantando a mim e a todos não mais por necessidade, mas apenas por sintonia. Por plenitude.
Eu aceito que sou eu quem fiz, faço e farei. Eu aceito, admito e realizo até que muito próximo, hoje mesmo eu estou satisfeita.
É isso. Não sei descrever o que aconteceu. Eu sou assim. E gosto de mim.
E sei que esta criança que eu sou e hoje dorme na hora certa pode acordar preu poder ter o frescor que sempre tive, na medida do necessário.
Agradeço a você por estar aqui me dando a mão quando é preciso. A você e ao mundo sutil onde os amigos estão sempre atentos e eficientes.
continuo a viver por pura confiança. O céu é esse que tá aqui por dentro e eu continuo querendo mais. Claro. Nasci assim sagitariana, aquariana, teimosa e muito confiável, he,he,he,he,he,
É isso!!!!
enquanto escrevo
me encontrar definitiva, mesmo que amanha eu seja outra.
odeio algo escondido e passei a vida desvendando mistérios fora e dentro de livros. talvez por ter me escondido tempo demais.
estava meio adormecida ontem quando ouvi um personagem de filme dizendo que não adianta esquecer o passado, esconder coisas e não lembrar mais porque infinitamente voltamos a percorrer a mesma estrada e a cometer os mesmos erros.
essa tristeza, essa vontade de entregar os pontos, essa necessidade de me recolher num hospital psiquiátrico e tomar remédios que entorpeçam a minha mente tem de ter um final.
a calma que tive até hoje por saber que eu estaria ali no final da estrada ou no final do dia pra me dar suporte está quase no final.
uma vez eu escrevi que a minha fé era um grande balão que muitas vezes abarcava o mundo inteiro e de repente ela vira um pequeno e apertado capacete que só dá conta de mim e muito mal...
são poucos estes momentos em que me sinto infinitamente sozinha. e compreendo, sempre compreendi que isso é uma oportunidade de crescimento. uma coisa parecida com um deserto da alma. o Getsêmane de cada um. aquele momento no horto das oliveiras em que Jesus ficou sozinho, cara a cara com a sua opção maior de ser ele mesmo em plenitude.
quem me dera ter a coragem que Jesus teve de ser ele mesmo até as ultimas conseqüências.
é difícil e doído, mas passar por isso é fundamental.
Oh coisa doida ser humano!!
E ainda assim otimista e sorrir.
Sentar no piano e espantar os fantasmas. Espantar a dor interna que não sei onde se esconde. procurar não é mais necessário.
Chega o momento em que o início dessa dor tem de vir ao meu encontro. Eu abraçando a mim mesma, a meus erros passados, as desilusões que custei e justamente com todas as minhas forças custo a admitir. enxergar. redimir.
ah como eu quero alguém que me dê à mão e me ofereça um colo. alguém que receba a ira que trago por dentro das entranhas do espírito a tanto tempo que já virou calo.
Pegue essa ira e leve embora transformada em testemunho de fé.
não nasci pra percorrer os mesmos erros e os mesmos acertos. nasci pra ir além retornando e fazendo jardins de notas musicais pra trás, pra frente, dos lados, em todas as dimensões.
o que eu quero não é o impossível. eu quero a dignidade de saber escolher, sabendo que fui eu mesma quem escolheu e não o pavor de não cometer erros.
eu quero uma verdade bem grande, uma alegria, uma delicadeza, eu quero a utopia do momento da criação, sem o desgaste da separação.
quero sentir a plenitude de não me reconhecer sozinha. porque não estou.
meus laços com o infinito sutil são tão vastos, tão largos, sinto tanto carinho me rodeando agora mesmo.
quero entregar, me entregar, que as coisas prometidas por mim a mim mesma aconteçam.
que o sal de minhas lágrimas seja tempero de minhas conquistas.
amém
só de ti
eu no espelho sou reflexo de uma grande busca.
não existem equívocos. é quase matemática.
tudo interligado em programas já estabelecidos.
se encontro o programa original me fortaleço em desbancar os programas que existem como vírus.
o amor cabe na matemática. o amor é matemático como a música.
somente com carinho e entrega dá pra chegar onde quero.
e onde será isso?
sei que é o contrário da minha ação.
eu involuntário e eu no controle.
existe o "x" da questão.
enquanto me embalo com sons que não são meus eu vislumbro o passado escondido como quem não quer chegar.
mas não há prisão nenhuma além da ilusão.
e não há em mim nada tão escondido assim.
eu posso me ver sob a sua ótica e acreditar no seu caminho de amor.
eu me projeto em você e me protejo. mas pra que proteção? pra que projeção? ela só disfarça a raiva que sinto. uma raiva imensa, ancestral, uma raiva contida pois ninguém é de fato responsável pelo lugar onde me encontro, além de eu mesma.
mas onde sou?
sou justo onde quero.
minha fé que é bem maior e mais antiga que meus problemas conduzem essa longa e exaustiva procura, busca.
Já encontrei. Já sou. Tenho apenas que descansar.
acordei assim
o dia de hoje estava resolvido.
sonhei que tive coragem de me dizer não. sonhei que tive coragem de me dizer sim.
sonhei que largo meu vício para você largar o seu.
a estrada é solitária para quem enxerga com os olhos da matéria.
toda uma rede de amigos estão juntos tentando, pedindo, se esmerando para que eu esteja aqui agora mesmo.
sonhei que meus sonhos são reais e que posso realizar plenamente o impossível.
o impossível pra mim não é a realização externa, profissional, financeira. minha realização é espiritual primeiro. o depois é tudo quanto se pode conseguir neste plano.
hoje me sinto impossibilitada de seguir adiante para desfazer o nó que eu mesma criei tanto tempo atrás.
um calor insuportável, uma impaciência que corta feito faca, uma vontade de desistir e ser medíocre.
desejos que são no mínimo não os meus.
um longo banho pra esquecer a derrota é o que preciso. essa derrota é aparente. a força é muito maior. a vontade é muito maior.
e se eu foco na vontade, nada mais me resta além de seguir adiante e descobrir o mal que me fiz ou a mágoa que escondi para não jogar lama no nome de ninguém.
eu preciso lembrar sempre de mim primeiro. preciso esquecer que existe alguém por quem eu daria a vida. o amor doação, a coisa heróica disfarça eu mesma e meus motivos.
me escondi de mim pra evitar um mal maior. e o mal maior me tomou a vida inteira e tomará outras se eu não achar a chave da porta que nem sei se existe de fato.
quem me dera que eu fosse criança. criança não esconde nada. mas criança esquece. eu não quero ser criança que esqueceu e enterrou bem fundo a sua desventura.
eu quero ser adulto que persegue o infortúnio até anula-lo. apenas pela consciência de que isso deve e tem de ser feito.
eu estou dando voltas ao meu redor. a cabeça no peito, os olhos no próprio umbigo. preciso caminhar, estou já na estrada, mas assim não enxergo nada, não me divirto e essa dor dói demais. eu choro, eu choro, eu choro e não enxergo o começo dessa dor.
e é ela que me prende os músculos, mesmo que a música seja um refresco constante.
a música me aproxima do lugar onde a dor não mais existe.
e é pra lá que eu quero ir. o lugar onde a dor não existe. nenhuma dor.
mas antes eu preciso ficar cara a cara com esta dor que me consome a alma. de mim apenas depende isso. e que seja logo.
é minha oração hoje. que seja logo!
eu quero chegar lá atrás naquele tempo em que algo aconteceu. quero enxergar e vivenciar de novo este algo, aqui de onde estou adulta em mim. e quero perdoar o que deve receber perdão e quero me desligar. entregar a Deus e voltar pra cá, onde a música me livrou de todas as dores.
eu quero chegar aqui e quero que seja logo. pois já cheguei e não enxergo.
terça-feira, novembro 25, 2008
escrito em 25/11/08 estava no rascunho...
o dia de hoje estava resolvido.
sonhei que tive coragem de me dizer não. sonhei que tive coragem de me dizer sim.
sonhei que largo meu vício para você largar o seu.
a estrada é solitária para quem enxerga com os olhos da matéria.
toda uma rede de amigos estão juntos tentando, pedindo, se esmerando para que eu esteja aqui agora mesmo.
sábado, outubro 11, 2008
constat-ação
Eu reli hoje esse blog inteiro e também o anterior e um outro que mantenho oculto.
Só eu mesma tenho a capacidade de não me dar a atenção devida.
Tudo quanto escrevo me orienta, discerne, alimenta, coordena, administra, restringe, expande, elogia, prende.
Não há limites pra sabedoria interna quando se está afinado com os acordes do infinito.
Desde muito antes dos blogs existirem eu já escrevia e já não prestava muita atenção.
Mas você me chegou burilando as palavras, com o amor que você mesmo não sabe, não compreende-não toca-não canta-não escuta e tem todo o livre arbítrio de um ser humano para tanto, como ponto final de uma série de atos bem vividos me deixou forte, lúcida e capaz de ouvir. Me lendo.
Tá tudo aqui e ali, bem dentro de mim onde habita a essência que nos liga a todos.
Eu sou muito grata por todos os erros de aparência, por toda insistência de necessidade, por toda uma alegria de descoberta, por tudo quanto me aproximei de mim enquanto buscava você que se busca em mim.
Não sou minha melhor amiga, mas mudados os parâmetros sou minha melhor companhia.
Enquanto eu buscava a paz e a plenitude que todos buscam no amor porque já há toda uma bibliografia existencial farta e pulsante pra servir de guia, displicentemente eu acordo pro amor que não deixa pedra sobre pedra, que nunca descansa sem diverge do principal.
O amor que inquieta e é vento forte.
O amor que só nos carrega de fato quanto não temos penduricalhos, passados nem futuros, quando não estamos presos a nada nem a ninguém.
O vento, esse amor errante e certeiro nos leva quando a missão toca o sinal. As cortinas estão abertas e o espetáculo que nunca parou continua. Com outra direção que parece a mesma, com outros atores que desempenham sempre os mesmos papéis. Todos diferentemente iguais. É um exercício cantar a mesma música anos a fio, pois ela pode emocionar, sempre.
Eu não esqueço minha fala, nem a letra da minha própria canção.
Liberdade é dentro da cabeça. Não sou meu mestre porque nunca estarei pronta. Mas não preciso (ah... como eu glorifico a Deus por isso!!!!!!) enxergar, procurar amor somente para estar contida e ser aceita no meio em que todos sabem justamente que papéis devem desempenhar e não por isso mergulham em si até o ultimo instante para mudar relativa, total e toscamente sua história pessoal.
O amor é! Ação constante! Benigna redundância!
Eu não sou quem eu esperava. Sou muito além e muito aquém. Minha imagem é nítida e fugaz.
Liberdade por dentro da cabeça!
domingo, outubro 05, 2008
When I Fall In Love
When I fall in love
It will be forever
Or I’ll never fall in love
In a restless
World like this is
Love is ended before it’s begun
And too many
Moonlight kisses
Seem to cool in the warmth
Of the sun
When I give my heart
It will be completely
Or I’ll never give my heart
And the moment I can feel that
You feel That way too
Is when I fall in love with you
sexta-feira, setembro 26, 2008
escrito em 26/09/08 - achei no rascunho...
admitir que vejo a vida com cores que muitas vezes ela não tem.
admitir que as paisagens e os olhos das pessoas são o que eles são e não o que vejo deles.
mas pra que admitir meu Deus? se todos querem as lentes que eu uso?
pra que se os textos são tão mais incompreensíveis assim?
terça-feira, setembro 23, 2008
o retorno do encontro no pra sempre
se não aproveito o agora, o próximo som é todo outro. um que talvez eu nunca saiba.
porque a liberdade, se não sei te escolher?
Pra que a linguagem se tu me diz não de todas as formas, das mais bonitas às mais toscas e eu só te escuto três anos depois?
Minhas vontades, desejos e pedidos a Deus voltam e são os mesmos.
Deus! Tira dos meus sonhos novamente aquele homem perfeitamente impuro, aquele cheio de defeitos que viram virtudes em encontro aos meus.
O homem que me queira tanto que endireite todas as veredas, reconstrua todas as pontes e acalme todos os abismos somente por me querer ao alcance das mãos!
E que eu seja para ele o som mais necessário e múltiplo.
E que eu não tenha nada a fazer, constantemente nada a não ser sua. Única e plena.
a vida passou me ensinando que o amor bate a porta quando se queixa.
E bate à porta o retorno do encontro no para sempre. no hoje. no agora. o amanhã ainda não chegou.
"aquieta a tua alma e bendiz a Deus.
o que foi quebrado desnudou a essência.
ninguém desiste do amor. apenas espera.
se tu nunca quiseste um amor somente de letras num papel, não faz nada. nem pedidos, nem vontades, nem desejos.
espera. sente o perfume da tua alma renovada.
quando uma alma se quebra, ela se parte em obediência à Minha Vontade.
se eu sou Teu Deus em quem confias, apenas aguarda.
o que dou é muito. ainda não sentes nem um décimo de prazer.
apenas aguarda, te rogo Eu.
apenas te encanta em silêncio.
crê apenas.
para que consigas receber tudo o que te é devido em paz, plenitude, delícia, aconchego, prazer.
espera. aguarda.
já te bate à porta o retorno do encontro no pra sempre."
amém.
segunda-feira, setembro 22, 2008
é conversando que a gente faz música
então... eu estava conversando com a Barbara Rodrix e de repente me veio essa letra, prontinha, redondinha. Mostrei a ela.
Ela musicou. É nossa primeira parceria real e concreta. que máximo!
ficou assim:
quem foi?
barbara rodrix e apá silvino
saiu em todos os jornais
nas rádios e nas tvs
eu não vi porque não quis
não queria nem saber
amor quando acaba parece com a morte de alguém
nas ruas todos se perguntam
como pode alguém sofrer assim?
nunca vou acreditar
que estavam falando de mim
mas amor que é amor não finda
é amor, não ser perde, não acaba e não termina
amor só tende a crescer
é minha opção nesta vida, o amor
você é esperto, gosta de mim
e eu sei que gosta sim
a gente se encontra ali na frente
e sem vergonha a gente se entende
a gente pode ser feliz?
porque amor que é amor não finda
é amor, não se perde, não acaba e não termina
amor só tende a crescer
é minha opção nesta vida, o amor
é minha opção nessa vida
o amor
domingo, setembro 21, 2008
morreu alguém? quem foi?
nas rádios e nas tvs
eu não vi porque não quis
nas esquinas todo mundo comentava
coitadinha dela, como sofre essa pessoa
nunca acreditei que era comigo
nem nunca vou acreditar
amor quando acaba parece com a morte de alguém
mas amor que é amor não finda
é amor, não se perde, não acaba e não diminue
amor só tende a crescer
é minha opção nesta vida, o amor
você é esperto, gosta de mim o quanto eu sei que gosta,
mais na frente um pouco a gente se encontra
sem constrangimento, sem vergonha e sem falta de perdão
porque amor que é amor não finda
é amor, não se perde, não acaba e não diminue
amor só tende a crescer
é minha opção nesta vida, o amor
sábado, setembro 20, 2008
pra Cilene
Oh minha amiga querida!
Você com seu sorriso, sua proximidade, sua coragem, sua criatividade, seu bom gosto, sua vontade de vida maior que tudo só fazendo alegria, faz niver hoje.
Você me deu presentes com suas visitas, seu carinho, sua carinha contente, seu amor pela música.
Ai Cilene, que vontade de conversar com você, saber de você, porque saber da gente aqui, você sabe, eu sei que você ilumina a gente e derrama carinho, velando por nós.
Amiga, as estrelas são as velinhas que Deus torna mais brilhantes pra você hoje. Sopra bem forte a tua gargalhada que eu escuto mais tarde em sonho.
E vela por mim, vela por quem te ama até mais que eu. E escuta minha música, preu poder cantar mais.
Eu canto um acalanto pra ti.
Beijo minha fadinha!
apá
quarta-feira, setembro 17, 2008
A gente nunca sabe a nossa dimensão dentro do sonho do outro.
Mais estranho é não importar mais o tamanho do outro dentro do nosso próprio sonho.
Tão estranho quanto os sonhos de outros ainda, na tela da TV.
Bem menos estranha é minha realidade.
Deito pra sonhar e não estou cansada o bastante.
Pra dormir e sonhar, descansar, devo abstrair e esquecer meus sonhos, desejos, o dia de hoje.
Ninguém além de mim sente o palpitar do coração. do meu.
O seu é só lembrança.
Lembrar também me tira o sono.
Se eu quero dormir e sonhar, tenho de ter espaços bem definidos, arejados e arrumados dentro e fora de mim.
Como não tenho tido as conversas que só tenho com você, antes de dormir o sonho foge por labirintos, mesmo que eu tenha já me cansado deles.
Sinto saudade de você no corpo, cabeça e coração.
Bastava dizer isso desde o início mas é tão bom escrever!
Me ajuda a lhe ter próximo, descansar e dormir. pra sonhar.
Não é do passado que tenho saudade.
É do futuro!
segunda-feira, setembro 15, 2008
é muito chato esperar a decisão do outro pra poder ser feliz.
além do que é impossível.
então decido agora. todos os meus sonhos são reais. mesmo aquele que depende de você aí sentado atrás desta mesa de ministério.
se é vc quem decide minha vida. a decisão não é mais sua é minha. eu decido que vc libere e vc se libere e todas as outras situações que tenho esperado sejam liberadas agora mesmo.
pronto. tá feito e o efeito é de asa de borboleta.
simples assim. não tenho mais nenhum pudor de esperar o melhor porque o destino já está traçado. se você não quer eu quero por você. se você não vê eu já vi por você.
e embarcamos todos nesta viagem espacial mais especial que a voz de alguém gravado pra sempre no coração de um outro.
está feito.
tentei dormir. tentei esperar como quem espera uma gestação. não nasci pra isso.
nas minhas entranhas rola o DNA daqueles que nascem pra sorrir. uma diversão toda maior que o kilate do ouro das minas geraes, lá dos tempos em que o Brasil era todo por explorar.
eu não sou mais mata virgem. nem terra a espera de colono. eu sou a dona de minha própria matriz e ninguém foi dono de mim antes, no meu solo não tem sangue derramado nem muita energia de horror pra servir de carma ruim.
é tudo na paz. no bem. na alegria. carnaval sem data de término.
estrada percorrida cada segundo de cada vez acontecendo começo, meio e fim agora mesmo.
não tomei um ácido e só um sonho igual ao meu pode dar uma viagem assim.
tudo feito. tudo dito. decidido.
ai que alegria!!!!!!
eu só vou te dizer porque estamos nós dois nessa telinha.
nossa relação é uma só. é feliz!
pode ir!
terça-feira, agosto 26, 2008
e nós? somos arte
não é por meta e até pode ser
eu admito
todo e qualquer amor não tem um porque, um senão, um retrato, um espelho
chegar aqui levou tempo
por vontade, por meta
admito
canto e sinto um poder de bomba atômica me cravar inteira
o único toque, meus dedos no piano
e jamais estou só
Deus, universo, dimensões
vastidão de passado e futuro se cruzam no momento, em mim
feliz? como não ser?
não por vontade e pode até ser
não por meta e até pode ser
existir é existir
momentos, pessoas, canção, arte, vida
o que tem de ser é.
verbo e poder
ainda preciso admitir não ser por vontade, ou meta
eu sou, você é
somos arte
sábado, agosto 23, 2008
não por já ter tudo.
apenas porque temos o necessário.
nem perto, nem longe.
até que eu descubra coisas novas sou muito feliz com o que tenho.
paz no passado, conselhos no presente, feliz no futuro.
Nada quero que já não seja meu.
pois nada tenho.
apenas me conecto e é tudo muito vasto, necessário, preciso.
sexta-feira, agosto 22, 2008
desenlace - francisco silvino
e quem dera esse dia não tivesse mais fim
eu so queria que você me gostasse
que vc mostrasse um carinho assim
eu só queria desse desenlace
que você voltasse bem juntinho a mim
tem dó, tem dó de mim
lariaê ...."
eu gravei essa canção a mais de 8 anos. hoje ela me amanheceu na lembrança...
nunca pensei em porque gravei, nem pra quem, só senti como se fosse hoje.
hoje ela é tão verdade, tão verdade, que até tive dó de mim, por não ter imaginado um dia a verdade assim... tão doce, tão bonita, e tão doída...
cantei pra você. faço bom uso do meu coração!
www.chadel.com.br/apa
tá aí o áudio.
terça-feira, agosto 12, 2008
pérola da internet
martha medeiros
sexta-feira, agosto 08, 2008
teimosia
se meu cachorro ganisse preu ouvir, eu não entenderia
minha filha me gritando no ouvido e eu parei
mas ainda não era fé
a vida briga com a gente porque a gente briga com a vida
e desse rala-e-rola sai algo, alguém que desconheço
mas que me é muito bem parecida
alguém que me lembra alguém que um dia imaginei
o passarinho pode ser passarinho
meu cachorro deixar de ser analista
minha filha segue sem ser minha mãe
eu não quero escutar, nem entender
eu só quero parar um segundo e ser feliz pra sempre
sabendo mesmo que ninguém é feliz sozinho
e eu não sou ninguém
todo dia um sol igual e eu dentro de mim em algum outro lugar
toda aparência trás em si uma urgência de permanência
mas eu sei que nada permanece por mais igual que seja
não coloque muita água nessa planta
você pode mata-la
você não regou como devia
ela está fraca, precisa de mais água
assim é o amor?
dia a dia?
assim sou eu?
como é você?
e como saber se não fôr o dia a dia a me ensinar?
cada dia um pouco de água
vida um pouco todo dia
uma vez por semana?
não sou orquídea
nem tampouco terapia
e há sempre essa pressa por vida continuada dentro de mim
o que me sai dos lábios é equilíbrio, filtro natural
mas o que posso fazer com o que você pensa que vê?
o que posso fazer com o que você não escuta?
eu dou conta de mim e parece que me basto
aparência.
há de se saber interpretar.
segunda-feira, agosto 04, 2008
no stress
faç de conta com muita verdade que não está ansiosa.
ansiedade? minha melhor amiga. fofocamos o tempo inteiro.
não a temo. sou ansiosa e quem não é?
não se atire nenhuma pedra.
mas porque isso tudo?
vamos mudar de vida, de cidade,nivel de aprendizado.
isso é ótimo. não doe.
nada vem antes do tempo!
no stress.
reze amiga. fique em paz profunda, paz de mar aberto.
na superfície pequeninas ondas pela forcinha do vento.
no mais profundo correntezas, vida, bagunça. tudo como deve ser...
no stress...
sábado, agosto 02, 2008
amor nas palavras
o que são elas sem ação?
o começo do caminho
mas quando começa o caminho?
todo dia
então meu dia é uma palavra de amor?
exato. mais preciso impossível
formam frases as semanas. períodos os anos.
escrito o amor inteiro no final da vida
final do caminho
final?
mas quase nem começou...
a eternidade é sempre
agora, lá, aqui
as palavras de amor que eu não disse, quero dizer
as palavras de amor que eu vivo são suas
todas elas
as vírgulas, os pontos, expressão
tudo virando música pelo caminho
e vc vivendo sua própria palavra de amor
juntos.
exato. mais preciso impossível.
tudo na mais nítida imprecisão
quinta-feira, julho 31, 2008
Não entendo
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma bênção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Clarice Lispector
segunda-feira, julho 28, 2008
dia de hoje
nem entendo o que dá certo.
você dá voltas em mim como se eu mesma estivesse brincando com o tempo
mas com o tempo não se brinca
amo o que há de melhor em você
amo esse seu amor que me mostrou o que tenho de bom
amo esse seu amor que me fez me amar também
amo o momento em que tudo o mais se constroe porque sempre foi
estava escrito em algum lugar
e choro cada vez que por não entender isso tudo vira fantasia
e fantasia não é de verdade, mesmo que nela eu acredite
então prefiro seguir conselhos de um anjo
seguir amando o que tem de você em mim
não entender fica leve
não saber, distraído
a trilha existe
melhor seguir
ilha deserta - zé rodrix
A gente precisa de pouca coisa
Pra viver feliz e sossegado
Um barco à vela, um fogão de lenha
E uma cama limpa pra deitar quando se está cansado
Todo mundo nesse mundo
Preferia estar despreocupado
Falando pouco e pensando muito
Com uma pessoinha legal deitada do seu lado
Numa ilha deserta
Onde o vento só ventasse de vez em quando
Numa ilha, numa ilha deserta
Simplesmente vivendo, e sonhando
Mas se ilhas do mundo já tem dono
E você não entende bem porque
Separe tudo que lhe faz falta
E guarde bem guardado numa ilha dentro de você
(que la ninguem lhe segura)
(que la ninguem lhe põe a mão). ..
domingo, julho 27, 2008
roupa (vida) nova
escolhi.
dando conta de mim mesma.
o mínimo que podemos fazer é saber exatamente o que a gente quer.
o universo inteiro se encarrega de trazer tudo à nossa porta.
entendimento
paz
eternidade
calma
intensidade.
eusemvocênãotenhoporqueporquesemvocêsousódesamorumbarcosemmarumcamposemflôr...
sem você meu amor eu não sou ninguém.
disse isso um dia, voltei a me amar.
sei que dá certo?
"flôr de ir embora
é a flôr que se alimenta do que a gente chora
rompe a terra decidida flôr do meu desejo
de correr o mundo afora
flôr de sentimento
amadurecendo aos poucos a minha partida
quando a flôr abrir inteira, muda minha vida
esperei o tempo certo
e lá vou eu, e lá vou eu
flôr de ir embora eu vou
agora este mundo é meu".
mudar de roupa como quem muda de vida.
segunda-feira, julho 07, 2008
encantada
céu, sol, nuvens...
tudo na medida do que tem de ser
do que tem de ser? na medida do presente.
da minha percepção descompromissada
desde que resolvi entender o que me pediam o mundo girou sua roda da fortuna.
não estou acima nem abaixo do que deveria. estou onde estou.
reconheço minha alegria e me encanto com tudo.
mas isso é simples. eu sou encantada.
me dizem assim: quando vc está relaxada vc fica séria, com cara de poucos amigos.
quando vc está apavorada ou tensa vc fica sorrindo, com o semblante mais leve que alguém pode ter.
herança de meu pai. chegasse a ele a maior tristeza, a maior loucura, o maior desespero e ele tinha uma incontrolável crise de riso. ninguém entendia nada.
morria alguém e ele dizia assim: já pensou? fulano de tal nunca tinha morrido, pois foi morrer justo hoje....
as heranças que a gente identifica muitas vezes nos ajudam a perceber o que os outros recebem e percebem a partir de nós.
não que eu tenha mudado o rumo da minha própria prosa e esteja com muita vontade de ligar pro que os outros pensam.
mas é compromisso: a verdade que há aqui pode chegar lá e vice-versa.
bem.... estamos aqui, juntos. e a vida se descortina.
domingo, julho 06, 2008
trilogia do templo
Embora me desse a certeza de que eu estava no caminho certo, ao mesmo tempo me impunha uma tristeza imensa. Eu ficaria cada dia mais só, se tudo corresse como devia: se não tivesse encontrado Felício, estaria perdido, desesperado, e sem ter com quem abrir o coração. Por mais que um homem esteja no caminho de conhecer-se a si mesmo, como preconizavam os gregos, é preciso que este auto-conhecimento seja dividido com alguém também disposta a abrir-se, para que, na troca mútua, ambos se enriqueçam. Não existe quem possa ajudar-se sozinho, e a figura d'O Eremita, com suas vestes longas e sua lanterna tentando inutilmente iluminar o crepúsculo de suas certezas, era por demais parecida comigo. Eu precisava partilhar de mim com quem me pudesse entender, e, por vezes o esforço de fingir era demasiado: eu me sentia empobrecido e degradado por ele, mesmo com a certeza de estar fazendo o que devia fazer."
fala de Esquin de Floryac
personagem do livro Trilogia do Templo - volume 3 - Esquin de Floryac - o fim do templo de Zé Rodrix. pag. 230
oportuno, muito oportuno
e talvez um castelo
e talvez apenas a continuação da curva da estrada
não sei nem pergunto
enquanto vou na estrada antes da curva
só olho para a estrada antes da curva
porque não posso ver senão a estrada antes da curva
de nada me serviria estar olhando para outro lado e para aquilo que não vejo
importemo-nos apenas com o lugar aonde estamos
há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer
se há alguém para além da curva da estrada
esses que se preocupem com o que há além da curva da estrada
essa é que é a estrada para eles
se nós tivermos que chegar lá
quando lá chegarmos saberemos
por ora só sabemos que lá não estamos
aqui só há a estrada antes da curva
e antes da curva há estrada sem curva nenhuma
alberto caeiro
domingo, junho 08, 2008
Para os sem namorado
Fabrício Carpinejar
Especial para O POVO
Perdi a chave de casa. A argola estava solta do molho, mas não tomei nenhuma iniciativa de contenção de portas em meu bolso. Deixei que a sorte me favorecesse.
Ao chegar ao apartamento, de noite, sem ninguém para atender, não localizo a chave. Procuro e procuro pelo casaco, calça e fechos da bolsa. Reconstituo o trajeto de costas, aliso o chão, cavo a neblina. Desesperado como um esquilo comendo. Os braços são joelhos brincando de morto-vivo. Não havia como me concentrar. Sempre que altero o esconderijo, me comprometo com um novo arranjo de dicas. Restava aguardar que alguém viesse mais cedo, sentar na portaria como um refugiado de enchente e continuar mentalizando: "onde diabos botei a coisa?" Tudo perde o nome e se transforma em coisa quando perco.
No extravio, somos obsessivos. Não trocamos de raciocínio, não deslocamos as visões, não conseguimos mais fazer o que tínhamos para fazer até resolver aquilo. Um breve lapso, e as conexões da rotina se interrompem bruscamente.
Doloroso foi o dia seguinte. Infernizar a agenda, mudar a fechadura, receber o homenzinho com as ferramentas, duplicar as cópias, entregar para a babá e dormir com a lição de que a pressa me envelheceu.
Novamente tranqüilo (castigo pago com juros), vou guardar a japona e apalpo um objeto pontiagudo no forro. Vejo que o bolso está descosturado no canto esquerdo. Agora que não preciso mais, recuperei a chave, com seus dentes rindo de escárnio.
É sempre assim.
A única vez em que dirigi sem carteira (ficou na cômoda e era tarde para retornar), fui parado por uma blitz. A primeira da minha vida, justo no momento em que não carregava o documento. Tenho o presságio de que a Polícia Rodoviária possui um radar de pânico dos motoristas. Os guardas enxergaram meu batimento fora do normal, e pediram para encostar. Apreenderam o veículo, e debocharam da minha verdade como se fosse uma mentira mal contada.
O encalhado quando caça também não acha seu par. Não é por ausência de vontade, talvez seja o excesso, a ansiedade, a pressão em resolver sua vida naquele instante daquele jeito (Encalhado mesmo é aquele que consulta a data de validade da camisinha).
Sente-se duplamente negado: por si e pelos outros. Parte da concepção de que os outros estão informados de sua abstinência e jejum. E o terrível é que a maioria realmente desconfia. O encalhado respira a falta de sexo, já pede desculpas com as sobrancelhas. Subentende que é um fracassado, camuflando o estigma da mão solitária com a protuberância de anéis. Desabafa no mais sutil cumprimento. Age como eu farejando a chave ou fugindo do policiamento. Com idéias fixas. Modelando a memória para diminuir a culpa. Censurando-se por ter perdido algo (sua idade, sua fantasia, sua ingenuidade).
Não dançará à vontade ou participará de discussões, tão coagido a eleger sua cara-metade. Não irá se divertir; converteu o namoro num pré-requisito do prazer. O encalhado não conversa, investiga. Não flerta, conduz entrevistas de candidatos. Pergunta o que exigiria anos de observação. Encurralado pela falta de tempo que é ter todo o tempo do mundo.
Aos amantes solteiros, pense em mim no Dia dos Namorados antes de chorar emprestado. Ao desistirem de procurar, é certo que vão encontrar.
Fabrício Carpinejar é poeta, autor de Um terno de pássaros ao sul (Bertrand Brasil, 2008) e Diário de um apaixonado (Mercuryo Jovem, 2008).
sábado, junho 07, 2008
pausa
o instante urgente
queria a música que não acaba nunca
preu poder deitar meu canto no (a)braço do teu violão
quero ainda o tempo de música, carinho, verdade
o tempo onde não cabe mais nada além de compreenção
esbarro no sentido de cada palavra dita sem pensar
e com pesar me calo depois do silêncio se impôr
queria a palavra certa de torcer teu interior
torcer até pingar fora tudo quanto fôr secreto demais até pra ti
o que me cabe nessa canção é pausa
e na pausa não canto
sinto e silencio
sexta-feira, junho 06, 2008
saudade - edaduas
olha a grafia:
saudade e -da - duas!
pois é.
precisa de pelo menos 2 pra essa dona nos tomar.
e olhe que nem é o passado que me deixa com uma carinha de dar dó de mim.
é do futuro!
ando me arranhando por dentro de saudade.
me digo assim:
isso é bem problema teu.
me respondo:
ainda bem. sou duas. a interna e a externa. numa só.
faltam mais dois.
mas nem sob tortura eu falo aqui.
preu não ouvir, deve ser.
perguntas e repostas e eu sempre consigo dar conta.
essa saudade, idade, duas almas que não se encontram mas não se largam.
eu já sei que minha missão na vida passa por você. como quem precisa ser filtrada.
eu já sei que sem você eu vivo bem. eu sonho, produzo, me encontro, me entrego.
eu sei bem que caminhando com o vento, como tem acontecido eu vou já me desligar da sua presença, tendo você em mim como tenho sempre. Tendo você em mim, não preciso ter você.
que terrível e que maravilhoso. Não há limite. algum.
mas nada disso é bom. bom mesmo é saber que daqui a pouco eu lhe beijo. daqui a pouco você me liga e diz: tou com saudade de tu, meu desejo.
e eu sei que não preciso viver sem você. somente porque você me diz e eu acredito.
oh saudade, que coisa. escrevo e não passa...
pensei que fosse dar vida a essa página em branco e ela aquietasse esse constante roçar dentro de mim.
mas cada vez que a vida acontece, mais trabalho se apresenta. só não quero ter saudade de você do seu ladinho. nunca mais.
adeus saudade. não te preciso mais.
vou-me embora pro futuro, lá sou amiga do rei.
lá o rei somos nós.
quarta-feira, maio 28, 2008
continuando uma conversa que nunca tive - logicamente com você
Rede?
ah... era apenas um mal entendido...
eu queria, não posso deixar de dizer que queria te ver escrevendo novamente pra mim.
mesmo que tu não soubesse ou admitisse.
amor a gente reconhece
e hoje eu reconheci
cantar foi tão flúido, tão gostoso, tão intenso, tão desconhecido
um futuro ao alcance da mão
uma premonição virando aqui e agora
foi mágico, mas foi simples, sem magia alguma, foi mágico
apenas eu e aquele piano chamando atenção de pessoas que não sabiam nem de si, quando mais de outros....
um canto de sereia
serenando os corações, primeiro o meu, depois o dele, depois todos e cada um
meu coração sereno é sinônimo de amor
e eu nem sei te dizer que ligação é essa
que parece ligação nenhuma e é a primeira delas
amor
pleno de quem diz:
pouco me importo com qualquer um
o amor está em mim e ele se personifica
basta você tocar
em mim
mas sem tocar em mim o amor já existe
imagino, projeto, intuio, crio o dia em que a liberdade disso tudo que vivi hoje
se achegue de nós dois, se é que existe um nós dois
se esse nós dois fôr eu e você que nem sei quem é...
que chegue
mas eu creio, uma crença ancestral, de antes de mim aqui neste plano
que esse nós somos nós dois
e que o futuro não se apresse
porque tudo quanto é tão esperado tem tempo pra nascer
e os frutos são maduros, tenros, com gosto de nascimento em tempo de cheia
a colheita só existe pra quem planta. todos os dias cuida e rega
a vida faz isso em mim
em nós
por Deus que me sinto toda tomada
e que a lembraça desta plenitude me povoe os dias
o planeta precisa de mim assim
eu preciso de mim assim
semeada de nós dois
amém
segunda-feira, maio 26, 2008
Lição de Namoro
(Antonio Nóbrega e Wilson Freire)
Menina, vou te ensinar
Como é que se namora:
Põe a alma num sorriso
E o sorriso põe pra fora
Olhe nos olhos
Olhe dentro da pupila,
Veja bem se ela brilha
Ou se vai se apagar
Pois o olhar
É ele que denuncia
Se está quente ou se está fria
A paixão, o bem amar
Pegue na mão,
Sinta dela o seu calor,
Veja dela o seu rubor,
Sua força, seu pulsar,
Porque a mão é ela que anuncia
Se o namoro nasce e cria
Ou se nasce e vai murchar
Quanto ao beijo
Tem que ser bem de mansinho,
Permitido com carinho
Pra poder não machucar
Porque o beijo
É ele quem amacia
Quem dá paz e é o guia
Para o novo amor chegar
E num abraço
Apertado, mas com jeito,
Sinta como bate o peito,
Se é forte ou quer falhar
Pois coração
É fonte de alegria
É ele quem prenuncia
Se o amor há de jorrar
sábado, maio 24, 2008
desabafo? será?
porque a vida tem tantos e os mais variados sentidos e focos?
com o poder de "poder tudo", não posso nada e ainda assim posso tudo!
ontem foi ótimo sair de casa em tão boa companhia.
Foi bom tomar algumas quando eu estava era mesmo com vontade de tomar todas.
Mas as verdades do mundo são tão difíceis de engolir...
E é tão mais difícil ainda explicar, justificar, comunicar que a gente gosta porque gosta e pronto.
É tão mais fácil entender que uma fase da minha vida acabou. acabou mesmo. morreu.
Tão fácil entender que amor a gente não ensina. Amor a gente não faz acontecer. Amor acontece e pronto.
Eu nunca te convenci a gostar de mim, me querer como quem não quer mais nada na vida.
Não quis isso e não quero isso.
Quero amor como o que eu tenho. Parecido, flúido, forte. cheio de mãos e pernas e bocas e linguas e cheiros.
Livre.
O quanto de livre se possa ser ainda neste plano.
Eu quero cantar pela vida à fora. Quero ser mesmo quase uma filha da puta. Quem vai pagar pelas minhas escolhas sou eu mesma.
Pra que tanta ética, tanto recato, tanto não pode, não deve, não faça.
Redimensionar isso sem palavras, somente atos.
Acordei com vontade de cozinhar meus desejos e servir no almoço.
Até hoje ainda penso que o desejo dos outros não interessa. mas minha atitude não se diz assim.
Só interessa o meu. Isso quer dizer que eu jamais serei servida como prato principal pro paladar de ninguém. Porque as relações no mundo hoje são assim. Praticidade, dinheiro em comum, compra de apartamento, de carro, de bens. Monopólio do olhar do outro, do sentir do outro, do pensar do outro.
"Como você não vê isso? Ele não vem. Você não vai. esqueça. acabou. pra ele acabou tem tempo. siga sua vida. trabalhe. supere. todo mundo teve um dia um amor que acabou."
É preciso viver nesse mundo e seu modelo de relações não me serve.
Nada foi feito sob medida pra mim. Mas antes tudo era feito sob medida pra mim.
À medida que emagreço, que eu me renovo as energias, que mergulho em mim e nas minhas crenças, na vontade e nos desejos, percebo que é nua que tenho de andar e que quero mais é ver muita saliva à mostra por onde eu fôr passando.
Nada de passar a mão. Minha vontade de ler Nelson Rodrigues deve estar geometricamente ligada à esta nudez que anda cruzando meu caminho. E se refazendo em mim. Porque a gente nasce nu.
O excedente não serve pra nada. não na vida, não da arte.
Nunca estou bem.
Estou sempre preparada pra receber estes "encostos". Estar bem é uma forma de cercar sorrisos, vontade, desejos e paz.
Mania que todo mundo tem, inclusive eu, de colocar fronteiras. até lá posso ir, a partir disso é risco.
Pois é o risco que quero. Me afogar depois de percorrer as pedras. Porque é ótimo sentir o vento no rosto.
Nunca estive preparada pra lhe levar a correr riscos comigo. E fui deixando de correr riscos pra não colocar sua vida em risco.
Não sou essa postura.
Não me acostumei com você depois da sua reforma. Homem feito. Seguro e incoerente como todos são. Príncipe em cavalo branco que quer mesmo é ser donzela resgatada. Ter um colo pra onde voltar.
Você também não se acostuma com o que vê. Mulher guerreira, sadia, bela e pulsante ao alcance da mão. Que não é somente colo. Quer subir no cavalo branco e sair por aí em busca de dragões, que existem. E quis isso com você.
Lutar contra moinhos de vento, lutar estas lutas internas intermináveis. Não quero. Você também devia não querer. Mas a luta é sua.
Pois muito bem. Sou responsável por mim.
A salvação é solitária. A alma é solidária. a compreensão é solitária. E tudo isso só chama atenção da multidão.
O artista é solitário, sua companhia é a multidão, quanto mais possível, muito melhor.
Dormir sozinha? Quem disse? A multidão está logo ali, ao alcance da mão. E muita gente neste caminho enlouqueceu, se matou, e todos até hoje ainda aplaudem.
O contrário disso tudo é ser eremita e estar em contato com a alma do mundo de uma forma mais plena?
Será mais plena?
Eu sou plena. Completa. Nada me falta e nenhuma prisão foi capaz de me segurar. Todas as grades dentro de mim são abertas, sou espaço arejado. Sou forte e múltipla e faminta de ser eu mesma com toda pressa que está nas minhas entranhas por DNA e hora de nascimento.
Sempre foi assim. Tem coisas que não mudam. Nem precisa.
Sei tudo que é necessário saber. Mais um pouco só amanhã. Mas sempre é hoje e amanhã. O passado trouxe todas as oportunidades e todas as posições e todas as alternativas. E as escolhas se resumem a mim. Aqui e agora.
Resumir é reducionista. as escolhas continuam acontecendo. Tudo está por acontecer. Eu não quero ficar pra ver. Fui eu quem criou tudo que agora é levado à mostra. Pros aplausos ou pras vais. Eu saí, fui passear comigo mesma bem ali... daqui a pouco alguém chega pra me contar como foi.
domingo, maio 18, 2008
É Ouro Para Mim
Tudo junto no meu caso rolou de uma vez só
De repente o que era já não era mais
Mudou tudo no amor
Outra cara
Outra forma de ver e sentir
O que antes eu não entendia
Agora é ouro pra mim
A cabeça mudou
Outra cara
Eu tô fora e não vou mais sair
O que eu não precisava
Agora é preciso
Amor é assim
Lindo
Tô que nem criança
Tô de alma limpa
Com você por perto
Sou mais longe ainda
Hoje eu quero luz de sol e mar
Nova
Renovada a força
Tô feliz da vida
Sob o seu domínio
Tô mais forte ainda
Não tem nada fora de lugar
sexta-feira, maio 16, 2008
na frente do espelho
ei! você tá me olhando?
não! imagina!
tudo caminhando...
e esse olho brilhando? fico feliz por você!
então... às vezes nem percebo. mas é fato.
tem algo pra me dizer? quer ouvir?
nem pra dizer nem pra ouvir, mas...
lembra uma vez a muito tempo? você me falou: eu não quero ser de açúcar, quando molha desaparece. não quero ser de ferro, nem de água. de que eu posso ser?
lembro sim e você me disse: seja você. ninguém vai reconhecer a princípio, mas isso não interessa muito mesmo. não acreditei em você. mas tou aqui. feita de mim mesma.
era isso que eu tinha pra dizer, coisa que você já sabe!
a lembrança é boa. obrigada!
apareça!
ok. eu apareço.
quinta-feira, maio 15, 2008
um poema
Que faço aqui, neste meu corpo, amando
Outro corpo, doado — e estranho a mim?
Dois corpos desiguais e no comando
O que eu decido. E quem decide assim?
Estranho todos os departamentos
E eu sou um outro, que não pousa aqui.
Cada nervura, poro, o tegumento
— Desconheço de todo, nunca vi.
Altura que não quero, mãos esquerdas,
O que está velho e não forjou memórias,
O gesto alheio, o olhar sobre tropeços,
São crônicas já pálidas, a perda
Do nunca possuído: alguma história
Que espera no futuro o seu começo.
Jorge Wanderley
retirado de: http://www.algumapoesia.com.br/
quarta-feira, maio 14, 2008
eu sou feliz
nem sei se eu quero mesmo escrever
eu sei que acordei hoje e me lembrei que sou feliz
foi a primeira lembrança
acordei e disse: eu sou feliz!!!
aí me senti em casa e observei que estarei sempre em casa
porque minha casa sou eu quando visto você por dentro
independe de local, clima, ou circunstâncias
você é um sorriso, uma intuição, uma lâmpada sempre acesa, fraquinha pra relaxar, forte pra dar vigor e mostrar o caminho
eu permito que o universo me doe o necessário pra todas as aberturas da simplicidade de uma vida em conjunto. uma vida plena, cheia de arquitetura, terrenos disponíveis e pra gente, muita criatividade e coragem pra construir com matéria que jamais se acaba. nem com terremoto.
eu permito que o universo nos doe o caminho da lembrança. a lembrança diária do "eu sou feliz"!
e nada nos falta!
amém
eu permito que o universo nos coloque em afinação constante. teu instrumento é alheio ao meu, assim como deve ser. amém
sexta-feira, maio 09, 2008
eu, o amor, estou indo
tão melhor saber que vou ver você!
música é uma das coisas que a gente faz melhor juntos!
e música e amor é nunca um cansaço
eu sinto toda coragem do mundo pra começar todos os dias de uma vida nova!
a plenitude chega primeiro do lado de dentro dos olhos
depois a construção é diária.
tem muito vida acontecendo aqui onde moram nossos corações
eu vou e vou como quem nunca mais volta
como tudo é símbolo
esse avião é símbolo da vida nova que sorriu pra mim
muito em questão do teu cuidado.
eu arregaçei as mangas
eu quero.
querer é um impulso.
a vida acontece aos poucos, enquanto intensa e eterna!
eu, o amor, estamos indo.
quinta-feira, maio 08, 2008
coisas que não são pra entender
não entendo porque sua saudade não chega aqui
em palavras. em pensamentos. em ação
eu não entendo nem porque agora mesmo me pergunto isso tudo.
tão diretamente e sabendo não ter resposta.
eu sempre quis entender porque quem está tão longe recebe carinho, atenção, palavras doces, encontros. quem não conhece você está do seu lado. junto.
eu não entendo porque você não vê que o passado passou. mesmo. de tão bom, só restou saudade. mas o passado não volta. e isso é uma dádiva.
mas eu também não entendo porque você não vê o presente. porque você não cria o futuro.
o que entendo menos ainda é porque eu não creio logo que esse encontro não existe mais em seus projetos e descubro que acredito em minha vida colorida sem você.
você é a cor que está pincelada em vários momentos, em várias pessoas. você é um matiz que faz parte. diluído. eu já abri mão de você. já sei que você não escreve mais pra mim. já sei que tudo quanto você sente tá impermeabilizado. a água que sou eu não entra. pra evitar infiltração.
eu já sei que não sei mais da sua vida.
eu agora também já sei que tem coisas que não são pra entender.
elas são. e coisas assim são como o vento. passam.
que pena. não. eu não sinto muito. eu amo você.
segunda-feira, maio 05, 2008
sexta-feira, maio 02, 2008
e mergulhei no mar sem medo algum
mergulhei na certeza de que toda vida é vida eterna
mergulhei no sentimento de ter realizado todos os sonhos que tenho
todos os que ainda terei e mais um pouco
mergulhei profundamente sem saber onde chegar
porque de fato não interessa onde chegar
e eu vim
sem medo, nem prisão, perguntas sem respostas
só há um sentido na vida
o amor
e eu nunca saberei a plenitude
mas bebo cada gota que o dia a dia me traduz
um dia de cada vez
no sentido do sonho
do belo
do encontro
do movimento
das mudanças todas que tornam o mar bravio
que luta deliciosa é essa do dia a dia
que vida maravilhosa é essa de ser humano
que alegria contagiante
eu vim pro lado de quem vive
saí do banco de reserva e a vida
sorri pra mim
quinta-feira, abril 24, 2008
a estrela, o passado e eu
os sinais eram palavras deixadas à vista - são sinais deixados à vista
que pena que não aprendi a ler desde pequenina - esqueço que sei
o que sei nunca me valeu pra traduzir
eu mais sinto que entendo
cheguei mesmo assim numa grande praia particular
e fui feliz a mais não poder - sou feliz cada dia um pouco mais
como não me sabia liberta
como me pensei abandono - não vi escolha
saí mar afora, de costas pra estrela - mergulhei em mim
mas estrela é assim
quando nos escolhe nunca se afasta - quando escolhida resiste, mas não se afasta
vez por outra, eu, ainda náufrago olho pra ela - ela, náufrago me procura
e pergunto: terá sido verdade?
a verdade é uma só
nunca um pedido de volta
nunca mais um encontro
e o mar me diz que basta querer
querer que nada - basta querer
estrela e náufrago sempre se amam e nunca se enxergam - sempre se amam sempre
mas estrela vira homem, algum golfinho me grita
eu sei, do coração respondo.
a estrela sempre foi (meu) homem - eu, a (sua) mulher
sábado, abril 19, 2008
terça-feira, abril 15, 2008
visitas à infância - série 5
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e lá se passaram 24 anos.
você olhou pra mim, me julgou, acreditou que a amizade não valia nada.
a fofoca corrompeu tanto tempo bom de vida juntos...
você foi embora pelo mundo e hoje, camadas e camadas de dias depois, você me olha e diz: poxa! mas pra que, né?
pois é. naquele dia eu perguntei o mesmo.
chato né? bastava você ter olhado pra mim naquele dia e se deixado contaminar apenas pela vida.
faz mal não! nós somos assim.
um fato, ou um punhado deles direcionam a gente pra distância.
é preciso estar atento e forte, já dizia Caetano, não temos tempo de temer a morte!
sigamos.....
e essa canção diz muito disso tudo.
Deixa Chover
Guilherme Arantes
Nem é bom sair
De casa, agitar
É melhor dormir...
Se você tentou
E não aconteceu
Valeu!
Infelizmente nem tudo é
Exatamente como a gente quer...
As pessoas
Sempre têm
Chance de jogar
De novo e errar
Ver o que convém
Receber alguém
No seu coração
Ou não!
Infelizmente nem tudo é
Exatamente como a gente quer...
Deixa chover
Ah! Ah! Aaaaaaah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito
Tem um fogo ardendo
Que nunca vai se apagar...
Deixa chover
Ah! Ah! Aaaaaaah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito
Tem um fogo ardendo
Que nunca, nada
Nada vai apagar...
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domingo, abril 13, 2008
tempo de amigos.
também quero o tempo sem ironias.
sem verdades e sem conquistas.
o tempo em que não preciso traduzir nada, quero também.
o tempo em que canto e as lágrimas contam a emoção que nem quis sentir.
esse tempo em que tudo acontece ao mesmo tempo agora, eu quero muito.
esse em que nem preciso contar o que acontece porque a ninguém mais interessa.
quase que nem a mim, tanto que não fica na memória.
um dia, como por encanto eu vou lembrar que esse tempo existiu.
meu amigo, seu pai cumpriu a missão que lhe cabia.
forte, calmo e consciente de suas próprias escolhas, ele seguiu às estrelas.
o olhar pra não esquecer. uma carona, o sorriso. do tempo em que tudo era bom, que nem agora.
não. a saudade não queremos.
mas eu quero estar próximo como você esteve de mim quando a hora era aquela minha.
você lembra?
tem coisas que a gente só precisa lembrar agora. quando necessário.
mas tem coisas que eu nunca esqueci.
estou aqui. como sempre estive. se não do jeito que você quis, me mantive fiel, do jeito que sou. que pude ser. que serei sempre.
amém.
segunda-feira, abril 07, 2008
outra era - fagner
Pra longe do meu bem
Fico parecendo um trilho
Onde não passa trem
Olho pro céu o céu é mais além
Miro o espelho e não vejo ninguém
Tambor dentro do peito, coração manera
Pára de chover que já é primavera
A manhã já vem e parece quimera
Mera fantasia de quem só espera
Se eu não morrer, eu vou te ver
manhã depois em outra era
Em Tel Aviv, Bagdá, Brasília
A saudade ilha
E quem dera eu fosse o mar, quem dera
Em Fortaleza, Pequim, Bora-Bora
A tristeza chora
Quem dera eu pudesse te beijar agora
saí agora do show da Ceumar. ela não cantou essa canção no show, mas cantamos juntos no depois. quanta coisa boa eu vivi junto dessas canções todas de Ceumar.
abençoada seja ela. e abençoado você que me trouxe ela e suas canções. trilha sonora de um tempo bom. que nem ficou na saudade. é o tempo de sempre. intocável. apenas está lá, aqui em tudo quanto é lugar. basta ouvir Ceumar e tudo se resolve.
que bom que fosse assim. um tempo de sempre ao som de Ceumar.
amém.
domingo, abril 06, 2008
há algo invisível e encantado entre eu e você
A Alma e a Matéria
MARISA MONTE
Procuro nas coisas vagas ciência
Eu movo dezenas de músculos para sorrir
Nos poros a contrair,nas pétalas do jasmim
Com a brisa que vem roçar da outra margem do mar
Procuro na paisagem cadência
Os átomos coreografam a grama do chão
Na pele braile pra ler na superfície de mim
Milímetros de prazer, quilômetros de paixão
Vem pra esse mundo, Deus quer nascer
Há algo invisível e encantado entre eu e você
E a alma aproveita pra ser a matéria e viver
sexta-feira, abril 04, 2008
tempo, eu quero
tempo de carinho
tempo daqueles de sentar e rir por ver a alma se abrindo ao menor toque
quero um tempo sem resistência
o alento de saber que todo tempo é tempo de ser assim, eu quero
não falo mais de saudade ou agonia
nem falo do querer de menos valia
eu quero o tempo de banho de mar e farofa quentinha
vento no rosto e alegria
quero mais que o tempo que já passou
quero um tempo sem lembranças, DNA, lugar onde ir ou pra onde voltar.
nesse tempo eu vou cantar tanto!!!
ah, como vou cantar neste tempo que parece o interior do meu timo
não quero saber seu nome, nem o meu, se tem futuro também não quero.
quero esse tempo de agora mesmo, quase paralisante
mas não quero ficar ali.
quero o tempo da inocência.
aquela criança se defende sem se saber atacada. apenas caminha no segundo suficiente do tempo de agora mesmo e o que passa cai na cabeça do anjo da guarda. também? pra que serve anjo?
e a criança caminha e já não lembra nem do sorriso nem da dor.
a confiança inocente dela, quero agora pra mim.
eu quero o tempo de paz,
de carinho,
de sentar e chorar um pouquinho porque não tenho mais tempo algum.
terça-feira, abril 01, 2008
chuva boa, tempo bom
chuvisco, tempestade, garoa...
essa coisa do dia parecer sempre amanhecer ou fim de tarde. e o tempo não passa e eu penso mais rápido e dá pra fazer de tudo. e não tem calor, e não tem desastre.
que pena, pra minha alegria existir nestes tempos, tanta gente fica desalojada, passando necessidade.
fui à missa da misericórdia no domingo e me lembrei que Deus é misericordioso com quem ele é misericordioso. e ponto.
não adianta deixar de ser feliz porque tem alguém sofrendo.
não adianta observar, identificar um erro, quando cada passagem, cada dia, cada um, tem sua trajetória própria e completamente independente de mim. mesmo sendo todos uma teia só de energia.
cada um escolhe a vida que pediu a Deus. e muitas vezes Deus nem tem nada a ver com isso.
compreensão dos fatos como eles são. se me incomoda tanto, eu fecho os olhos, respiro e encontro em mim a paz que quero ver fora. lógico que não dá certo, nada vai mudar. mas meus olhos não vão mais enxergar o que tanto me incomoda.
eu consegui enxergar o princípio da misericórdia de Deus. e preciso usa-la em mim. assim como ele age comigo.
misericórdia infinita. liberdade. escolha.
eu escolho ser feliz em dia de chuva. não escolhi nascer num lugar ensolarado, na cidade esposa do sol, mas a chuva chega aqui e me faz feliz demais da conta. tanto, que dá pra viver da lembrança quando abre aquele sol enorme e divino que também faz bem. até esperar a próxima.
e viver bem. a chuva vem, passa o tempo que precisa e some. mas ela fica aqui comigo, me semeou.
amor é assim. vem pra ficar mesmo quando parece ir embora. não há sol capaz de enxuga-lo. e ele dura pra sempre enquanto o próximo encontro não chega.
eu quero viver num lugar onde as estações são bem delimitadas. mas acho que vou ter de viver numa outra encarnação, num outro plano. já que o planeta está esquecendo o que é isso. as estações bem claras. ou melhor ainda. tou vivendo feliz no que tenho hoje. continuo assim.
será que nós, humanidade, também vamos esquecer o que é um tempo bem claro? e vamos extrapolar limites até à exaustão? espero que não.
eu amo chuva, chuva boa!
tempo bom!
sábado, março 29, 2008
visitas à infância - série 4
minha irmã volta de um festival de música no Crato com um vinil embaixo do braço.
wilson cirino - estrela de ferro.
bebi este cd como quem bebe um alucinógeno.
esta canção em particular me fisgou.
a tristeza que ela contém, a amargura, eu nunca fui capaz de admitir. de saber o significado. pedi a Deus que jamais soubesse. mas ela marcou. minha alma.
a canção é essa...
tu me querias pedra
e eu me fiz pedra
agora tu me querer d'agua
mas eu não quero ser a tua água
eu quero ser a tua lágrima
ser o teu desespero
ser o hino mais bonito
e derradeiro da tua derrota
é isso!
sexta-feira, março 28, 2008
escritor da minha alma
e lendo o que ele escreve, acompanhando sua arte, sua alma, eu leio em mim o caminho que suas palavras constroem.
e me vejo na periferia do amor, no campo da paixão, lá onde está a plaquinha: aqui começa a cidade.
Vim como retirante.
Minha alma é ela toda impregnada do que está no centro desta cidade.
Eu conheço, eu sei, eu lembro, mas ainda não caminho o suficiente.
por pura incompetência? acredito que não. talvez por descrença? cegueira? talvez...
desisti de qualquer tipo de culpa.
meu caminho é esse. chegar ao centro, ter a visão que o autor tem, ser a visão que ele quer, poder comungar com ela, sabendo que jamais terei o amor que ele tem. mas tenho a compartilha.
eu me exilei?
fui exilada?
fui poupada do grande massacre acontecido em tempos que não me cabem na memória humana?
não sei, não é o que quero saber.
respiro a esperança.
creio no perdão dos pecados e na comunhão dos santos, todos eles sem consciência nenhuma de deixar legados à posteridade.
eu sigo lendo este escultor de almas nas santas palavras do dia a dia.
e o que vejo como distãncia, são apenas palavras escritas pra confundir.
sei que meu brilho inebria e sei que o desejo um dia explode a ponte e me resgata.
vivo projetando este dia de sol e chuva, inesperado, nunca escrito, mas já totalmente intuído.
trilho o caminho que este autor escreve aos poucos.
caminhar é caminhar, tão bom quanto respirar.
me encanto mais pelo caminho. Mas chegar é muito necessário.
não sei se o que escrevo agora é pura ilusão.
não sei se já habito pra sempre o coração do autor.
mas sei de sonhos, de pequenas carícias que o vento no fim da tarde me reserva.
sei que mãos anseiam por encontrar as minhas.
sei tudo isso...
sem condições ou conjução alternativa.
sei lá... as linhas do autor tem sempre duas vias. e me cabe escolher. labririnto, caminho livre.
me jogo nas palavras. só tenho as palavras. e esqueci que por tempo demais não interpretei o que elas estavam dizendo tão claramente.
hoje as palavras do mestre-autor-escritor chegam por código. decifra-me ou devoto-te.
espero ser carne macia. espero o movimento. espero como quem costura.
espero a próxima página.
quarta-feira, março 26, 2008
31 de dezembro de 2007 - pôr do sol na caponga
quanta energia!!!
recebo você, meu ano bom, como toda coragem que possuo!
e a mim, muita atenção pra ver cada momento como único:
- pra ser cada vez mais acertiva na intuição e imprevisibilidade.
- amor intenso.
amor de cuidado, amor de atenção, amor de perdão, amor de futuro sendo sempre presente.
acolha esse amor sem volta. pura construção de vida real.
- acolha a abundância, projete e atinja os objetivos que estão em seus sonhos.
- muitas alianças, sem vampiros, com fé em si mesma.
nada acontece por acaso.
- invista no silêncio.
no silêncio do coração, Deus age na sua vontade.
no silêncio do coração, os sonhos se encontram com o infinito e se realizam.
o céu é o limite!
- não se perca do seu caminho de amor!
abra todos os seus poros e seja feliz!
dance, cante, sorria, inspire e nunca se sinta só.
não há carência que você mesma não possa suprir.
assim os encontros são leves!
- você não é mestra de ninguém!
a vida é mestra de todos!
a energia necessária está no ar!
respire, você é sempre forte e frágil, equilibrada!
- confie! confie! confie!!!
nos seus sonhos e amor!
- invista na família! veja tudo muito simples!
simples e leve! como a fé!
esse é o aprendizado maior, sempre.
- sorte!
- firmeza!
- leveza!
- carinho!
- respeito a si mesma!
no mais...
- se divirta!
o que tem de ser será!
o que você quer já é!
segunda-feira, março 24, 2008
a torre mais alta
aquela mais pertinho do céu.
ou mais pertinho de meu próprio inferno?
céu e inferno.
opções diárias.
basta escolher.
e quando eu nem sei se posso? e quando eu nem sei se quero?
me sinto assim sempre que não escolhi. fui levada a escolher. levada a optar. levada a me sentir sem compromisso nenhum, então nada importa. não era mesmo preu estar ali...
tão pequeno o espaço nessa vida...
optar. sempre, optar.
e dormir com a escolha. e acordar com um sorriso.
escolher pra mim é sempre tão fácil...
não quero esta torre. não quero. escolho não querer.
mesmo que minha opção pouco importe.
é minha vontade jogada pro infinito.
que seja acolhida como estrela cadente.
porque será que jamais me sinto só?
porque fiz escolhas muito anteriores a estas.
as palavras nos ligam tanto quanto afastam.
eu me jogo do mais alto dos abismos. sem medo algum.
não estou tentando Deus. Estou escutando a voz que me diz que o abismo que vejo é apenas o véu que encobre o próximo passo.
um passo da próxima escolha.
e tenho uma vida nova todos os dias, a cada manha.
sábado, março 22, 2008
saudade
essa saudade não me enfraquece.
me fortalece.
saber do amor que sinto me faz viva, vida!
saber tudo de melhor que você é me faz atenta pra tanto que todos ganham tendo você por perto.
estou na periferia do desejo.
o que isso quer dizer?
acho que é o seguinte:
existe muita necessidade. inclusive minha, pessoal.
esta é a última em que penso.
sou a última a pensar em mim. e a única.
não sou permissiva, nem carrasca. mas há muita necessidade. muito a ser feito antes que eu possa me identificar nos meus desejos. e eu aceito ser assim.
me divirto sendo assim, mesmo que chore as vezes.
chorar também é bom.
trabalhei muito pra chegar a ser quem sou hoje.
tenho muito orgulho de minhas escolhas.
confio em Deus e em mim.
preciso crer que, mais em Deus que em mim.
e creio.
creio que essa saudade vai ter um fim.
e não preciso ter o porto seguro do meu próprio quarto pra dormir em paz.
sou meu porto seguro e posso ser o seu se você precisar.
mas quero e muito o seu abraço.
seu carinho.
atenção.
quero ser por instantes mais importante que tudo. sua fonte de prazer.
e que isso não seja nunca a nossa ruína, mas sempre a nossa força.
o preço a pagar vivendo longe é muito caro.
só a esperança paga.
eu amo...
estou com uma saudade infinita.
sábado, março 08, 2008
disputa pra que?
mentira minha. disputei sim.
vários concursos na minha vida de pianista. vários festivais na minha vida de cantora. de regente.
mas tou falando mesmo é de disputar homem.
dizer assim: aquele ali é meu. vale à pena. quero ele pra mim e faço qualquer negócio.
eu não faço qualquer negócio.
as pessoas são predestinadas umas às outras.
se se enxergam, ótimo!
se se sabem chave pra fechadura do coração do outro, ótimo!
mas.. e se não sabem?
será que a vida ensina?
será que a vida cura a cegueira dos corações que nasceram pra bater unidos?
eu prefiro acreditar que sim.
prefiro crer que não há nada que me possa separar do amor que é meu.
nem a ausência de pontes. nem os erros do tamanho de desfiladeiros. nem nada do mundo visível ou invisível.
é assim igual ao amor de Deus!
Mesmo que eu não saiba, mesmo que eu não queira, me envolve, me rege, me protege e governa, única e infinitamente.
eu creio no amor e sinto seus efeitos.
há de chegar e que seja logo, o dia em que esse amor tome posse geográfica do seu entorno.
para que a vida siga seu rumo e os caminhos sejam abertos.
pois o mundo inteiro precisa desse amor!
Ele é bem maior que nós dois!!
Ontem assisti "Juno". pensei em escrever o que tinha sentido a respeito do filme. por acaso, como se isso existisse, eu encontrei essas palavras aí em cima, tinha escrito à tempos, nem sei quando. Essas palavras traduzem direitinho o que senti assistindo "Juno".
Quando a gente ama a gente não enxerga o que todo mundo vê, a gente enxerga somente aquela pessoa. Não o que todos vêem. A gente enxerga o que o amor enxerga.
Essa é a visão que quero. Que sempre tive. Só pensei ter esquecido. O filme foi um lembrete.
Que bom! A visão dos outros sendo sinal pra minha. Continuando a confiança que encontrei ontem.
Té mais!
sexta-feira, março 07, 2008
retratos do caminho
exato quando eu precisava descansar a retina.
não enxergo direito então a confiança aumenta. preciso acreditar em certos sinais, certas visões que me chegam como por encanto.
o dia amanheceu como um credor de olhos vermelhos. até o jornal diz que faço parte das estatísticas.
devo não nego, porém pago quando puder.
cobranças vindas de tudo quanto é lugar. menos dentro de mim.
vou pagar!
tempo demais pra enxergar isso. e escutar os sinais, já que a cegueira me impede de ver que eu vejo bem, sim.
hoje agradeci pela vida de meu pai. e a agradeci por ter me tirado ele.
ele de fato não está aqui onde eu poderia pegar.
eu de fato tenho de confiar e a coisa toda é minha. sempre foi e sempre será.
nem coitadinha, nem vencida pelo cansaço, sem solidão, sem entre-pastos.
caminhar dói sim. dá uma vontade danada de voltar às mesmas conquistas, às mesmas encostas, aos mesmos braços, aos mesmos sonhos.
caminhar é superlativo enquanto não me acostumo a jamais me acostumar.
o corpo reage, a alma reage, sentido opostos me quebram ao meio.
mas daqui eu saio nova. fica corpo passado pra todo lado. e como não enxergo direito, logo esqueço a paisagem que deixei para trás.
porque vai ficando pra trás e não tenho a saudade como companhia...
só tenho os sonhos onde não conheço ninguém, ninguém é meu porto, não tem chegada, é passagem!
esse é meu retrato de hoje.
essa sou eu andando. dá pra enxergar?
não?
pois confie!
enquanto eu fui, ficou nublado. mas logo retorno o sol, a chuva, a noite, outro dia.
enquanto eu fui, eu mesma me encontro.
quarta-feira, março 05, 2008
tou indo
o necessário e somente o necessário. ao alcance da mão.
do passado o sorriso. eu já fiz. e sou.
quinta-feira, fevereiro 28, 2008
visitas à infância - série 3
Quando conheci essa canção, me encantei com ela. Meu irmão me ensinou nas eternas rodas de violão. Fiquei siderada, nem imaginava o que era de fato sentir o que essa letra diz, eu antecipava o futuro, um futuro que demorou a acontecer, inclusive.
Lembro como se fosse hoje... não era tão criança assim... 1986, Recife, sala do apartamento do meu irmão ali, na conselheiro nabuco, os amigos, as biritas, as possibilidades, as seduções e eu conhecendo a canção que pra sempre seria "a canção que quero cantar pra ti", mesmo sem nem imaginar quem tu serias!
Eu o fiz repertir 4 vezes naquela noite. aprendi, cantei junto, sonhei. E sempre canto com ele quando as rodas de violão estão pra terminar... ali naquele momento em que as coisas por dentro vão se arrumando na saudade, de alegria...
Hoje eu lembrei da canção. É essa aqui:
Vem Ficar Comigo
Nando Cordel
Vem ficar comigo
Vem ser a luz da minha estrada
Vivo esperando esse céu para brilhar
Teu sorriso lindo
A tua boca doce sempre
Eu necessito do teu amor
Pra me enfeitar
Vem brincar comigo
Vem cuidar de mim
Só teu paraíso é quem me faz viver feliz
Não me deixe solta
Posso me perder
De tudo no mundo
O que eu mais quero é ter você
Vem ficar comigo
Vem ficar comigo
quarta-feira, fevereiro 27, 2008
Meu Deus, me dê a coragem -Clarice Lispector
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.
sexta-feira, fevereiro 22, 2008
mais notícias do lado de dentro da alma.
arrumar a casa é bom demais!
enquanto a gente vai arrumando tudo, vai arrumando a cabeça, o coração, o cérebro.
a alguns meses atrás eu me apavorei!
como ser uma super mulher? cozinhar, lavar, passar, compras, ganhar grana pra manter um nível, criar filhos, marido, tesão, carinho, beleza, leveza, caramba.....
nem percebi quando disse não e sumi por aqui à fora, tentando me encontrar. fui eu mesma quem disse não? nem sei, não vem mais ao caso. aconteceu.
tem o mesmo tempo que tou dando conta de tudo isso. sem ser super mulher. e me divirto.
cheguei aqui pensando assim... seguir regras?
pra que?
eu não consigo caber em pouco espaço, mas consigo dar conta de qualquer espaço, por menor que seja. por maior que seja. alma à dentro, alma à fora.
as regras de quem cria a gente, pais, mães, mestres, guias, existem para serem quebradas.
e isso é uma dor para eles. sei disso por minha própria filha.
e quando nossos mestres, guias, pais, são super inteligentes e sabem nos comandar exatamente para que a gente pense que está seguindo por conta própria, é mais nocivo ainda.
porque a gente fica com liberdade vigiada.
isso é ótimo! mas é péssimo! gera confusão interna. porque "eu sei" que estou fazendo o que quero. mas não estou. fui justamente comandado.
ninguém manda no meu coração e nas minhas vontades, eu sigo o meu coração!
mentira! eu não sigo não! mas tudo bem!
sem problema! porque nada acontece por acaso.
eu vivo um momento novo. é um momento antigo. mas eu vivo novo!
porque aprendi e pretendo continuar a me encantar com o dia a dia. a lua cheia que chega e espalha energia de descoberta.
descobrir o que vejo todo dia. as cores chegaram, a paz também. mas não uma paz de tédio.
é uma paz que indica caminhos. sempre novos, por mais velha que seja a história do homem.
inimigos? quem os tem? meu inimigo sou eu. quando quero. mas ser meu amigo é bem melhor.
um amigo crítico e sincero. um amigo que espera minha cegueira passar. um amigo que não crê nos meus amores e lemas. um amigo que crê no meu amor. um amigo que crê nas minhas descobertas.
e assim, sendo, eu encontro quem me encontre. encontro quem sempre esteve e jamais vai passar.
eu encontro vida além de meus temores.
sinto muito. eu cresci e não dá mais pra gratidão segurar os arreios.
eu estou indo exatamente para onde meus pais, mestres e guias me ensinaram.
eles jamais verão assim. mas é pra lá que eu vou.
e é muito bom! é muito gostoso! e me dá a sensação de sorriso sempre pra chegar.
eu amo muito meus pais, meus guias, meus mestres, meus filhos, meus amigos, meus amores.
não existe ninguém maior em hierarquia.
porque não existe necessidade.
é amor. é música. é paixão sim. tudo certo. como sempre foi.
amém.
quarta-feira, fevereiro 20, 2008
dinâmica da vida
de repente você acorda e as respostas estão todas aqui.
tudo está em seu lugar! graças a Deus!
eu olho e a lembrança não me dói. Eu percebo e não quero mais voltar.
eu sei o caminho.
nada é claro, mas tudo é lúcido.
um dia de cada vez deu conta do recado. e minha respiração é fluida.
perguntei e o universo respondeu. e todo quanto eu queria pode acontecer, porque eu voltei!
simples assim.
é o processo criativo.
nos obriga a mudar de pele, dói toda uma dor ancestral que nem parece ser minha, e de repente:
a pele nova está aqui, tudo revigorado, em posição de ser.
me desculpe, eu mesma. por ter querido assustadoramente o que não era pra ser.
obrigada universo por ter me mostrado metódica e pausadamente de forma que eu entendesse, que o caminho não era aquele. por mais que a duração do mergulho tenha sido profundo, sincero e tenha me bastado pra ser eu agora mesmo.
todos os sons dos tambores que me regem estão à soar.
e eu escuto todas as mensagens como quem sempre falou grego, troiano, a língua dos anjos.
é o amor permeando tudo. o amor que espera, que conduz, que mantém acesa a chama até quando tudo parece perdido.
Deus do céu!
e tudo estava aqui, do meu lado, ao alcance da mão, do olhar, da paz.
mas agora eu estou bem aqui também e nós vamos.
o futuro acontece. agora.
é a dinâmica da vida, que nunca deixa de cumprir seu papel.
eu quis assim. eu quero. eu vou!
amém.
domingo, fevereiro 10, 2008
pequenina confusão logo passa.
será que também não quero ouvir?
o tempo pesado do silêncio chegou.
não quero intuir, prever, sentir.
quero antenas desligadas.
hoje eu nem consigo entender o mais real, acertivo e simples texto.
não quero tradução dos sonhos, não quero lembrar deles, não quero saber muito de mim.
acho que devo reescrever tudo até agora mesmo:
estou em silêncio?
quero ouvir algo que não sei?
o silêncio tem peso? estou sentida.
a intuição me chega sem rótulos.
previsões e sentimentos que não parecem meus.
minha ligação com o infinito conta de coisas que estou tentando adiar. será isso? será arte?
quero que você fale, mesmo que eu nada entenda, sentida.
estou atenta mas não leve o suficiente pra traduzir meus sonhos. não ainda.
ficando assim mais pertinho de mim, posso evitar que alguém me traduza.
aliás... pensando bem. evitar não é a palavra. não tenho esse poder.
quero virar espírito, só por um momento. e como sei que ainda não é esse meu desejo, vou respirar.
profunda e intensamente.
assim meu corpo me ajuda a dar conta do hoje. Por hoje, somente agora.
pequenina confusão logo passa.
amém.
sábado, fevereiro 09, 2008
você já pode ver?
mergulhe, encontre o pior dos seus medos e veja que ele é apenas um palhaço a mais.
todos os medos são palhaços, capazes de assustar e fazer rir, depende da luz, do momento, do desejo.
mergulhe, relembre, pense aleatoriamente. veja o que você fez, sentiu e foi bom. o mais, você já expeliu.
deixe sua mente vagar até chegar no ponto exato. se ali morar a dor, veja que do lado tem remédio.
a sua dor, o seu remédio.
ninguém carrega em si a dor e o remédio alheios. aliás... nem sempre nada é regra quando há exceção.
tudo muda quando você retorna.
o passado morreu e não tem mais volta.
viva o novo rei!
o caminho depois do mergulho é corretivo.
e seguir só é urgente quando a gente se soltou.
estar livre é estar consigo mesmo sem se deixar ser refém de possibilidades.
as surpresas chegam e partem. o que fica? você e seu sentido. sempre em trânsito.
se você não olhar nos classificados do jornal do céu, não vai conseguir enxergar aquele bilhete que foi escrito pra você.
mergulhe, mergulhe, mergulhe mais. sinta seu corpo se preparar pra encher os pulmões e retornar.
quando você pensa que vai ficar sem ar diante do dia seguinte, você percebe que seu exercício valeu à pena.
sempre estamos preparados, inclusive pra não fazer coisa alguma.
"se avexe não! amanha pode acontecer tudo, inclusive nada!"
se avexe não!
confie em você assim como eu confio.
o mais?
e precisa de mais?
bem... o amor está bem aqui.
você pode ver.
ah... já ia esquecendo:
sabia que a gente pode mudar o passado?
pode sim. com o presente dentro da sua cabeça você muda o passado e chega até aqui.
no amor.
você já pode ver?
quarta-feira, janeiro 30, 2008
o amor está aqui, você não vê?
acordo todos os dias e constato isso.
as conquistas, o aprendizado, "o jazz", improviso puro que me trás sorriso ao rosto.
tem muita coisa boa acontecendo, muitos mistérios super simples de encarar.
sem medo nenhum. não há o que perder, então caminhar é muito prazeroso.
confiança. confiar como criança. ir ao céu de elevador, como bem diz Santa Teresinha.
"eu não sou nada e do pó nasci. mas Tu me amas e morrestes por mim. Diante da cruz só posso exclamar: Teu sou! Teu sou! Toma minhas mãos, Te quero! Toma meus lábios! Te amo! Toma minha vida, Ó Pai, Teu sou!"
É muito fácil subir os braços em direção ao céu, à um deus fora de mim, todo poderoso e amor pleno.
É muito difícil crêr neste Deus que já É aqui comigo, desde a criação, desde à entrega, desde à primeira centelha de luz.
Optar, escolher, mergulhar neste Deus não é mais minha opção. Simplesmente É.
E eu me tentei estar fora desta graça. Quis experimentar ganhar o pão com minhas próprias mãos.
Que nada!!!
É tão difícil que fica simples.
Os milagres acontecem, são diários. E a alegria inunda tudo exatamente por isso.
A entrega! Eu não sou nada sem amor!
E o amor se personifica sim. E é divino. E é meu! E está aqui.
Você não vê?
segunda-feira, janeiro 28, 2008
existe coisa muito mais importante do que...
quando não estou confortável é apenas porque uma cobrança existe. uma mágoa sem precedente nem endereço, como carta anônima.
quando o desconforto permanece, me indica o sinal seguinte. há algo doente dentro de mim.
é aí que preciso parar, tomar incontáveis banhos, me dar carinho, colo, converso comigo mesma e a ferida aparece, sem medo do remédio.
existe coisa muito mais importante do que paliativo, pra dor.
eu me conheço à medida que mergulho atrás de ti.
e tu não és minha dor ou ferida. tu és meu refúgio. é dentro de mim que te encontro mais presente.
e à medida que mergulho tu vais sendo criado. porque a pérola que até Deus procura e nunca acha, é à gente que cria enquanto mergulha tentando encontra-la. é a história de uma vida.
o que há fora ainda é desconforto, falta de ar, desencontro, ainda é necessidade de perdão.
perdoar a mim mesma como tenho vontade de perdoar o que ainda virá.
e que seja tudo como início, no meio e no fim.
existe coisa muito mais importante do que o que me incomoda, se é que incomoda.
existe o pavor de me acostumar com a falta. porque é assim mesmo. se não era pra ser, não será, não foi. e eu me acostumo.
não, eu não me acostumo, eu mergulho mais profundo, até onde o ar me permite, e vou criando mais capacidade de reter o ar, pra transforma-lo em som quando preciso fôr.
sempre é preciso.
existe coisa mais importante do que eu mesma.
existe sim. existe o amor.
e é isso que aprendo com você. e nunca vou desistir de aprender cada vez mais.
é quando a gente está pronto que o mestre aparece.
amém.
sábado, janeiro 26, 2008
e chega o carnaval!!!
sem pensar nem nada. é só o frevo, a alegria, a família. não existe uma droga melhor e dura o ano inteirinho a energia boa que se renova!
eu vou!
sexta-feira, janeiro 25, 2008
nunca deixe de dizer "EU TE AMO"!!!
doar também é receber e receber é difícil!!!
a gente pensa que não. mas é muito difícil. Doar é mais fácil e também isso é uma ilusão.
mas não deixe de dizer "EU TE AMO" pro seu amor.
assim com todas as palavras.
é verdade!
mesmo quando não fôr necessário, mais ainda quando fôr impossível.
a realidade se modifica a partir dessa frase solta no ar, saindo do seu olho diretamente pro meu.
o universo agradece.
eu também.